Baixo índice de mulheres na área agrícola
By Natalia Jame
O índice das mulheres envolvidas na área agrícola é muito reduzido, essa é a questão que foi discutida na secção levada a cabo pela INNOVATE, no âmbito da conferência do RUFORUM. A discussão tinha como objectivo entender os motivos que estão por detrás dos números reduzidos das mulheres nesta área, partilhar experiências com relação a mulheres envolvidas na área, discutir e propor soluções para inverter a situação.
Durante a sessão, a moderadora Emily Van Houweling trouxe alguns dados sobre a inclusão das mulheres na agricultura nomeadamente: 20% de pesquisadores na área agrícola são mulheres; Menos de um quarto das mulheres fazem algum curso relacionado a agricultura nas faculdades; Dá-se pouca atenção ao papel, necessidades e prioridades das mulheres na agricultura, a questão da mulher desempenhar um papel vital na agricultura é pobremente representado nos programas de educação em agricultura.
Vários participantes partilharam experiências dos seus países e aponta-se como principais causas: A percepção negativa que se tem com relação a agricultura e ciência de educação agrícola; A falta de papel-modelo, ou seja, falta de mulheres bem-sucedidas na área agrícola para se ter como referência; A falta de investimento na agricultura; A política de direito à terra para o homem que, desencoraja as mulheres a prosseguir; A falta de encorajamento das meninas ainda no ensino primário e secundário com relação a ciências e a área agrícola; A responsabilidade familiar, pois algumas meninas casam-se cedo, com idade de frequentar a escola, a gravidez precoce e por fim a questão da cultura, que varia de país para país.
Segundo Marta Francisco, investigadora do Instituto Agrário de Moçambique, em questões de género, a mulher é que pratica mais a agricultura em Moçambique, mais o que falta é incentivo e investimento. “Temos que investir mais no sector agrário para que a agricultura torne-se de facto a base de desenvolvimento do nosso país.” Concluiu.
Como soluções para essa situação, os participantes da sessão apontam a partilha de conhecimento das áreas de ciências agrárias, treinamento e integração de género nas instituições, transformar política em actividades, treinar professores e docentes para explicar os alunos matérias relacionadas à ciências agrárias, formar meninas para serem auto-confiantes e fazer da agricultura uma profissão, não uma actividade tradicional.
Para Doutor Daniel Chongo, docente de Ciências do solo e planeamento do desenvolvimento rural, é necessário incluir a mulher na área agrícola e integrá-la no processo de tomada de decisão nas políticas nacionais. Segundo Chongo, tudo parte da educação familiar. “ É preciso educar os pais de modo a não dar importância só aos rapazes, mais incluírem as raparigas no processo de educação.
Como conclusão, constatou-se que é fundamental a participação da mulher na área agrícola, pois pode aumentar a produtividade e assim fazer notar o potencial.